Acordei as 05:40 pra estar as 07:00 horas em um lugar em que antes de chegar eu já vou estar desejando ir embora. Fui dormir pensando em não esquecer de colocar umas apostilas dentro da mochila e foram as mesmas que deixei em cima da mesa enquanto eu desenrolava os fios do meus fones de ouvido e saía apressada com o mesmo receio de sempre de chegar atrasada. Lembrei de uns meses atrás, em que eu acordei por volta do mesmo horário de hoje, sem despertador ou coisa-assim, e fui ver televisão com a minha mãe enquanto a gente conversava sobre qualquer coisa que naquela época eu considerava um problema. Meu celular toca e um cara que passa do meu lado no momento se assusta, e me olha com cara de quem suplicou ao relógio por mais 5 minutos assim que ele despertou. A mesma cara que eu devo estar, penso.
Desço ruas, subo escadas, ando por corredores, e uma colega quando me vê vem balbuciar qualquer coisa que tenha acontecido no seu fim de semana. Eu, ainda com os meus fones de ouvido, não presto atenção. Nunca presto, na verdade. 
O dia começa da mesma forma de todos os outros: rotina. Eu passo a mão no rosto e sinto falta de contar os meus pseudo-problemas pra minha mãe. Tenho vontade de levantar, inventar qualquer coisa como desculpa de ir embora pra moça que fica lá no corredor de cima, que sempre me pergunta como as coisas andam. Não andam, eu penso em responder. Nunca respondo. Em vez disso, retiro um caderno de dentro da mochila, pego uma caneta no estojo, faço um coque frouxo nos cabelos, olho o relógio na parede e começo a escrever isso que, por fim, você acaba de ler.

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